
Uma breve sobre o famosinho em decadência.
Shapefile (criado pela ESRI) é um formato de arquivo para armazenar dados espaciais vetoriais. Criado no principio da década de 1990 logo se tornou o arquivo de armazenamento de dados vetoriais mais utilizado, apesar do alto número de desvantagens e limitações que possui.
Vantagens do SHAPEFILE
1- Embora seja um formato de propriedade ESRI, é difícil encontrar um GIS que não leia este sistema de arquivos.
2 – Mesmo sendo um arquivo da ESRI, é um arquivo aberto para manipulação e criação.
3 – Para muitos casos esse sistema de armazenamento de arquivos pode ser suficiente.
4 – O índice interno (para o arquivo .shx) acelera a leitura desses arquivos.
5 – É um formato relativamente eficiente em termos de tamanho de arquivo. O arquivo resultante, mesmo descompactado, é relativamente pequeno em comparação com outros formatos (principalmente baseados em texto, como csv).
Desvantagens do SHAPEFILE
1 – Um shapefile consiste em vários arquivos que um cliente GIS lê como um único arquivo. O mínimo requerido é três:
.shp – armazena as entidades geométricas dos objetos.
.shx – armazena o índice de entidades geométricas e o
.dbf – tabela dBASE onde os atributos dos elementos geométricos são armazenados.
Opcionalmente, você pode ter um .prj, .sbn, .sbx, .fbn, .fbx .ain, .aih, .shp.xml.
2 – Nenhuma definição de sistema de referência de coordenadas. Por padrão, não há definição do sistema de referência de coordenadas usado. Você pode usar, por exemplo, o arquivo .prj o que retiraria esse problema da lista, mas não é um arquivo padrão na geração do shapefile.
3 – Os nomes dos atributos estão limitados a 10 caracteres e com restrições (acentos, ñ, etc.)
4 – Apenas 255 atributos. O arquivo DBF não permite armazenar mais de 255 campos de atributos.
5 -Tipos de dados limitados. Os tipos de dados são limitados a float, integer, date e text com um máximo de 254 caracteres. Não há suporte para campos de dados mais avançados, como blobs, imagens ou matrizes.
6 – Conjunto de caracteres desconhecido. Não há como especificar o conjunto de caracteres usado no banco de dados. Muitos aplicativos estão usando as antigas codificações de dados Windows – * ou ISO – *, enquanto hoje estamos tendendo a usar o UTF-8. Ainda não há como especificar isso no cabeçalho do arquivo. O suporte para caracteres Unicode também é muito limitado.
7 – Está limitado a 2 GB de tamanho de arquivo. Embora algumas ferramentas possam exceder esse limite, elas nunca podem exceder 4 GB de dados.
8 -Nenhuma topologia nos dados. Não há como descrever as relações topológicas no formato.
9 – Você pode armazenar apenas uma geometria por arquivo. Não há como salvar geometrias mescladas.
10 – As estruturas de dados mais complicadas são impossíveis de salvar. É um formato de “mesa simples”.
11 – O suporte 3D é muito limitado. Não há como armazenar dados 3D com texturas ou aspectos como definições de materiais.
Quais são as alternativas para o shapefile?
Nos últimos anos, várias alternativas surgiram, mas nenhum formato derrotou a hegemonia do Shapefile. Alguns formatos são pouco usados (GeoCSV) e outros quase que assumem (KML, GML, GeoJSON), mas seu uso é limitado a casos de uso específicos:
KML
A popularidade do KML foi há muitos anos, mas desde 2015 sua popularidade diminuiu. Como é baseado em XML, não é eficiente armazenar grandes conjuntos de dados. Um KML combina o mapeamento com a geometria dos dados em um único arquivo, o que é problemático quando os dados têm o potencial de serem usados de várias maneiras. Como ele só suporta oficialmente o sistema de referência de coordenadas (WGS-84), ele não é adequado para várias aplicações.
GeoJSON.
No caso do GeoJSON, o problema é que você não pode representar todas as geometrias e os sistemas avançados de referência de coordenadas não são completamente compatíveis. Recomendamos o uso do GeoJSON para a troca de dados, especialmente para visualizadores de serviços da Web e do webmapping.
GML
O GML é um candidato para a substituição do Shapefile pela troca de dados em situações em que os dados são muito complexos para serem representados pelo GeoJSON. No entanto, uma grande desvantagem do GML é que ele é um padrão incrivelmente complexo. Poucos pacotes de software suportam todo o padrão e o suporte para partes individuais do padrão varia muito. No entanto, para a grande maioria dos conjuntos de dados GML, é excessivo.
O geodatabase ESRI.
Com o ArcGIS Pro não é possível criar um novo arquivo shapefile, então com este GIS quando iniciarmos um projeto do zero, trabalharemos com geodatabases. É um candidato em um ambiente ESRI, mas com muitas limitações fora desse ambiente.
Fonte: http: // switchfromshap
O grande substituto – GeoPackage
O GeoPackage substituirá o Shapefile em projetos em que o usuário prefira consultar ou editar os dados localmente. No QGIS 2.x, o shapefile era o formato padrão para exportação de dados, sendo substituído no GRASS e QGIS 3.x, pelo GeoPackage.
No GeoServer 2.13, o desempenho em termos de leitura do GeoPackage melhorou significativamente. É até duas vezes mais rápido na extração completa de grandes conjuntos de dados e as pequenas pesquisas com delimitadores são 50% mais rápidas, comparando assim em termos de desenpenho o GeoPackage com o PostGIS.
Converter um Shapefile em geopackage é muito fácil. Podemos usar Qgis para isso:
nós adicionamos um shapefile, vamos até o menu, clique com a direita encima da camada e selecione Salvar como …
O formato de saída padrão é Geopackage, então basta indicá-lo caminho de saída e nome da camada.
O maior de todos – POSTGIS
O POSTGIS é o sistema que a GasparimSat utiliza em seus projetos (sempre que possível), pois além de ser compatível com os padrões definidos pela “Open Geospatial Consortium”, possui integração com a grande maioria dos SIGs, além de oferecer uma facilidade enorme em sua importação e exportação dos dados.
Além de ser a forma mais eficiente em termos de velocidade, é um banco de dados open source e pode ser configurado facilmente para utilização na web.
Traduzido, adaptado e incrementado por nós com base na fonte:
http://switchfromshapefile.org/